
Os olhos estavam voltados para o topo do ranking mundial. Bruno Fratus queria terminar a temporada liderando a lista. A condição ainda pertence ao francês Florent Manaudou, que ao lado de Cesar Cielo é detém o melhor tempo da história dos 50m livre na era pós-trajes tecnológicos: 21s32. Mas nem por isso o brasileiro deixou de comemorar neste sábado. No último dia de disputas do Brasileiro Sênior/Open, ele foi o mais veloz nas duas etapas. Pela manhã fez 21s45 e temia que o calor pudesse atrapalhá-lo. Voltou à tarde, baixou quatro centésimos e conseguiu a melhor marca da carreira (21s41).
- Eu queria ter nadado mais rápido, mas não tenho do que reclamar. Nadei quatro vezes para 21s neste ano. O importante é que estou me mantendo competitivo. Focar no topo do ranking é mais vaidade do que necessidade. Queria isso para terminar mais motivado, mas o que importa mesmo é a medalha no Mundial de Kazan (em julho). Não nego que quero o lugar mais alto do pódio em 2016. É para isso que trabalho, é para isso que todo mundo trabalha - disse o nadador do Pinheiros, clube vencedor dos dois campeonatos.
A temporada já havia sido marcada por um resultado expressivo no Pan-Pacífico da Austrália. Em agosto, naquela que traçou como competição mais importante do ano, não quis saber se nas raias ao lado estavam dois americanos campeões olímpicos. Nem Anthony Ervin nem Nathan Adrian foram páreo para ele. Fratus passou a ter ainda mais respeito dos adversários e redobrou a confiança. Teve ali a confirmação de que a ida para Auburn, há 11 meses, foi uma decisão acertada. E que o ombro direito, operado em maio de 2013, vai bem, obrigado.
- Quando operei, a única certeza que eu tinha era o horário da minha fisioterapia (risos). Eu fiz muitas mudanças este ano e tudo está dando certo. Lá no Pan-Pacífico foi muito bom competir com aqueles caras. É sempre bom. Eu não tenho aquele gosto de bater pessoas específicas, mas sim em estar competindo de igual para igual com campeões olímpicos. Acho que não tem que endeusar os caras, não. Tem que ir lá e nadar. Colocar estrangeiros no pedestal é muito anos 90 - diverte-se.
O fim de ano será dentro da piscina. Fratus não quer pausa para festas. A cabeça já está no Mundial. Na terça-feira, ele volta para Auburn, para treinar sob a batuta de Brett Hawke.
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